sábado, 5 de maio de 2018




EDITE DA “SORTE”

Ela fugiu de casa dizendo que ia trabalhar.
Foi para uma cidade grande, fez a sua mãe chorar.
Foi morar em uma pensão, cheia de gente de mal intenção.
Pensava: Com a minha beleza, vai ser moleza arrumar uma colocação.

Tinha pouco estudo, mas conseguiu num hotel ir trabalhar na recepção.
Dedicada, trabalhadora e, do gerente já chamou a atenção.
Já de cara consegui uma promoção, caiu no colo do presidente da corporação.
Agora é gerente, contente, fez cursos de aprimoração.
Uma nova promoção: agora é amante do patrão.
Agora sim, tinha tudo o que queria do bom e do melhor,
Não sentia saudades do sertão, daquele povo sertanejo, malfazejo e sem instrução.

Agora era Dama da alta sociedade, sócia do marido de uma esposa doente e acamada, rica, mas daqui a pouco partia sem levar nada.
Mas quem morreu primeiro foi o marido em um acidente de avião,
Mas deixou um testamento, bom verdadeiro, excluindo os bens de sua esposa deixando para o seu amor verdadeiro: Edite da Conceição, a amante que lhe deu satisfação.
A esposa traída já no fim da vida, antes da extrema-unção, chamou Edite e lhe fez herdeira porque não tinha filhos e os parentes eram todos políticos “Ladrão”.
Edite da Conceição hoje tem uma rede de hotel com prédios que parecem que vão alcançar o céu.
Aquela mocinha que veio do sertão, fez fortuna de bilhão, para falar com ela só se lhe beijar a mão.
A família dela? Continua na merda! Ela não deu nem atenção!
Sua irmã mais nova Maria Quitéria passa na porta do hotel, olhando para o e céu e sonhando acordada cheia de ilusão;
Empurrando um carrinho e catando papelão: “Se eu tivesse a sorte e um “chibil” igual o dela eu não estaria aqui não”.

Francisco Gouveia



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