EDITE DA “SORTE”
Ela
fugiu de casa dizendo que ia trabalhar.
Foi
para uma cidade grande, fez a sua mãe chorar.
Foi
morar em uma pensão, cheia de gente de mal intenção.
Pensava:
Com a minha beleza, vai ser moleza arrumar uma colocação.
Tinha
pouco estudo, mas conseguiu num hotel ir trabalhar na recepção.
Dedicada,
trabalhadora e, do gerente já chamou a atenção.
Já
de cara consegui uma promoção, caiu no colo do presidente da corporação.
Agora
é gerente, contente, fez cursos de aprimoração.
Uma
nova promoção: agora é amante do patrão.
Agora
sim, tinha tudo o que queria do bom e do melhor,
Não
sentia saudades do sertão, daquele povo sertanejo, malfazejo e sem instrução.
Agora
era Dama da alta sociedade, sócia do marido de uma esposa doente e acamada, rica,
mas daqui a pouco partia sem levar nada.
Mas
quem morreu primeiro foi o marido em um acidente de avião,
Mas
deixou um testamento, bom verdadeiro, excluindo os bens de sua esposa deixando
para o seu amor verdadeiro: Edite da Conceição, a amante que lhe deu
satisfação.
A
esposa traída já no fim da vida, antes da extrema-unção, chamou Edite e lhe fez
herdeira porque não tinha filhos e os parentes eram todos políticos “Ladrão”.
Edite
da Conceição hoje tem uma rede de hotel com prédios que parecem que vão
alcançar o céu.
Aquela
mocinha que veio do sertão, fez fortuna de bilhão, para falar com ela só se lhe
beijar a mão.
A
família dela? Continua na merda! Ela não deu nem atenção!
Sua
irmã mais nova Maria Quitéria passa na porta do hotel, olhando para o e céu e
sonhando acordada cheia de ilusão;
Empurrando
um carrinho e catando papelão: “Se eu tivesse a sorte e um “chibil” igual o dela
eu não estaria aqui não”.
Francisco Gouveia
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