O FIM DA ESTRADA
Quanto mais eu olho para o fim da
estrada,
Ele se alonga.
Quanto mais eu ando nela,
Ela fica mais cumprida.
O horizonte anda com meus passos,
E só me oferece cansaço. Nem água e
nem comida.
A paisagem não muda, parece até
cantiga de grilo.
Passei por uma serpente esmagada,
E não fui eu que fiz aquilo.
Mas estou vendo um corpo estendido lá
na frente,
Será que foi a serpente que fez
aquilo.
De repente!
Não olhei para o corpo, porque os
urubus estavam querendo cismar.
A carniça já era deles e ninguém
podia encostar.
Engoli seco e continuei a minha
caminhada.
Quanto mais eu olho para o fim da
estrada,
Ele se alonga.
Quanto mais eu ando nela,
Ela fica mais cumprida.
O horizonte anda com meus passos,
E só me oferece cansaço. Nem água e
nem comida.
Os urubus que comam, eu não vou
arrumar briga.
Francisco Gouveia
Nenhum comentário:
Postar um comentário