domingo, 18 de fevereiro de 2018





O FIM DA ESTRADA


Quanto mais eu olho para o fim da estrada,
Ele se alonga.
Quanto mais eu ando nela,
Ela fica mais cumprida.
O horizonte anda com meus passos,
E só me oferece cansaço. Nem água e nem comida.

A paisagem não muda, parece até cantiga de grilo.
Passei por uma serpente esmagada,
E não fui eu que fiz aquilo.
Mas estou vendo um corpo estendido lá na frente,
Será que foi a serpente que fez aquilo.
De repente!

Não olhei para o corpo, porque os urubus estavam querendo cismar.
A carniça já era deles e ninguém podia encostar.
Engoli seco e continuei a minha caminhada.
Quanto mais eu olho para o fim da estrada,
Ele se alonga.
Quanto mais eu ando nela,
Ela fica mais cumprida.
O horizonte anda com meus passos,
E só me oferece cansaço. Nem água e nem comida.
Os urubus que comam, eu não vou arrumar briga.

Francisco Gouveia


Nenhum comentário:

Postar um comentário

                                       REDMIR "Mas, quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nasci...