O  MILAGRE

DO TOMBO

Um missionário norte americano entre 1895 e 1900 foi para as partes remotas da Índia pregar o Evangelho de Cristo. Escolheu um vilarejo bem retirado para fazer seu trabalho missionário. Os habitantes  adeptos ao Hinduísmo não lhe davam a mínima atenção.

E, então quando falava que Jesus Cristo morreu para salvar a humanidade, replicavam; “Como pode alguém que morreu salvar outras pessoas” Riam e caçoavam dele, ao ponto que aos poucos ficava nervoso e emudecia. Mas não desistia.

Todos os dias na praça do vilarejo fazia seu sermão, na maioria das vezes falava para si mesmo e para os anjos do céu.

O ancião da Vila lhe chamava de teimoso e ria dele, sentado em um banco de madeira na saída do vilarejo observava assim que terminava seu sermão, o missionário subia até um monte próximo para orar, ficava lá duas ou três horas e voltava.

Foi falar com Deus? Perguntava o ancião ao missionário. Sim! Respondia o velho missionário.

O missionário se esforça ajudava as pessoas medicava doentes, até parto chegou a fazer. E nada, nenhum converso. Não conseguia converter ninguém. Nas suas orações reclamava de Deus: “Senhor não está me ajudando, Jesus Cristo também e nem o Espírito Santo”. Vim de tão longe para ter só fracasso, não estou conseguindo ninguém para a salvação.

E continuou assim por mais de um ano na mesma rotina. Sermões vazios, praticando a bondade através da ajuda e sendo ridicularizado.

Todos os dias após o sermão sem espectadores  o velho missionário subia ao monte e fazia sua orações, suas   reclamações diante de Deus e do Senhor Jesus Cristo.

Até que um dia na volta do monte escorregou e caiu rolando de morro abaixo entre os cascalhos até o sopé do monte, se machucou todo, ralou o rosto, os braços e pernas.

Voltou para o vilarejo manquitolando todo machucado, e deu de cara com o ancião da vila que lhe perguntou: Deus está bravo hoje?

O velho missionário lhe respondeu bravo: “Está”! “E é por causa de vocês”. E foi embora puxando de uma perna e de rosto ensanguentado.

No dia seguinte para a sua surpresa, na hora do seu sermão vazio, a praça estava lotada com todos os moradores do vilarejo.

Irritado o velho missionário disse:  O que é que  vocês  vieram ver? As minhas feridas?

Não! Respondeu-lhe o velho ancião. Viemos ouvi-lo, não queremos apanhar de Deus também.

E assim começou a conversão dos hindus e em poucos meses, o hinduísmo deixou de existir, agora era um vilarejo de cristãos, conversos e praticantes. E todos os dias o velho missionário ensina aquele povo de Gênesis ao Apocalipse com um fervor inabalável aos ouvintes silenciosos que se enchiam de fé no sacrifício e no amor a Cristo e o seu Pai Criador de todas as coisas. E assim foi construída uma igreja dedicada a Cristo. mas, o povo da vila colocou o nome de Igreja do Tombo.

 E toda vez que o  velho missionário passava pela porta da igreja e lia o nome ria e louvava a Deus pelo tombo.

E lembrava-se de Cristo: “Pelas tuas feridas fomos curados”  Isaías 53: 5

E o missionário orgulhava-se de suas cicatrizes e pensava: “O caminho é estreito e às vezes até apertado demais”. João 14: 6

                                                                                       Texto de J. Francisco Gouveia

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