“QUE ME
PERDOE GONÇALVES DIAS”
BENDITA A
MINHA TERRA, TERRA QUE NASCI,
CORRENDO
PELOS CAMPOS,
FOI
ASSIM QUE EU CRESCI.
ÁRVORES
FRONDOSAS, DOCES POMAR,
RIACHO
DE ÁGUA CRISTALINA,
MIL
PÁSSAROS A GORGEAR.
CANTIGAS
DE RODA; Meninos e meninas.
Sem
malicia, sem maldade,
A
pureza da ingenuidade.
Bendita
a minha terra,
Foi
assim que eu cresci.
Havia
respeito, Pai, mãe e avó.
Tios
era um deleite, a família era uma só.
Trabalho
e felicidade.
Patrimônio
vinha antes do nome de qualquer cidade.
Mas
esse tempo já passou,
Os
campos que vejo hoje me enojam.
Aonde
a felicidade comigo passeou,
Hoje
é tudo plantação de soja.
Agora
nada mais rima,
Arvore
frondosa virou papel.
O
sabiá que aqui cantava
Na
pedrada mandaram pro céu.
Riachos
todos poluídos, bactérias cristalinas,
Parece
que tudo está perdido,
Nem
sabemos mais, que é menino ou menina.
Respeito!
Que respeito?
Filho
mata pai, mãe e avó,
A
família não tem mais direito,
A
FAMÍLIA AGORA É DE UM SEXO SÓ.
A
MALÍCIA E A MALANDRAGEM tomaram conta,
Só
pornografia e vida mansa para ladrão,
Fizeram
até uma cidade,
Para
“acoitar” corrupção
Que
me perdoe Gonçalves dias,
Que
no exílio cantava saudades de sua terra,
Pois
hoje muitos choram, sem poder se exilar.
Poucos
sabiás que ainda existem,
Moram
na cidade, com tanto barulho de buzina.
Estão
desaprendendo a cantar.
Chico
Gouveia