quarta-feira, 21 de agosto de 2013





“QUE ME PERDOE GONÇALVES DIAS”


BENDITA A MINHA TERRA, TERRA QUE NASCI, 
CORRENDO PELOS CAMPOS,
FOI ASSIM QUE EU CRESCI.
ÁRVORES FRONDOSAS, DOCES POMAR,
RIACHO DE ÁGUA CRISTALINA,
MIL PÁSSAROS A GORGEAR.
CANTIGAS DE RODA; Meninos e meninas.

Sem malicia, sem maldade,
A pureza da ingenuidade.
Bendita a minha terra,
Foi assim que eu cresci.

Havia respeito, Pai, mãe e avó.
Tios era um deleite, a família era uma só.
Trabalho e felicidade.
Patrimônio vinha antes do nome de qualquer cidade.

Mas esse tempo já passou,
Os campos que vejo hoje me enojam.
Aonde a felicidade comigo passeou,
Hoje é tudo plantação de soja.

Agora nada mais rima,
Arvore frondosa virou papel.
O sabiá que aqui cantava
Na pedrada mandaram pro céu.

Riachos todos poluídos, bactérias cristalinas,
Parece que tudo está perdido,
Nem sabemos mais, que é menino ou menina.
Respeito! Que respeito?
Filho mata pai, mãe e avó,
A família não tem mais direito,
A FAMÍLIA AGORA É DE UM SEXO SÓ.

A MALÍCIA E A MALANDRAGEM tomaram conta,
Só pornografia e vida mansa para ladrão,
Fizeram até uma cidade,
Para “acoitar” corrupção

Que me perdoe Gonçalves dias,
Que no exílio cantava saudades de sua terra,
Pois hoje muitos choram, sem poder se exilar.
Poucos sabiás que ainda existem,
Moram na cidade, com tanto barulho de buzina.
Estão desaprendendo a cantar.

                                          Chico Gouveia




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