LUNÁTICO
Lá em cima daquele monte, Quem uiva
lá sou eu.
As pessoas mudam o caminho porque
dizem,
Que lá em cima tem lobisomem de
“monte”.
Mas eu não sou lobisomem, nem crente,
nem ateu.
Quando uivo para a Lua é por que:
A saudade em mim bateu.
Sou eremita, vivo sozinho agarrado na
solidão,
A vida foi tão ruim para mim,
Que nem mesmo tenho mais coração.
A minha alegria agora é uma moita de
mato,
Ou bando de passarinhos.
Ando de pés descalços pelos caminhos
cheios de espinhos.
Minha vida ficou perdida em algum
lugar.
Já tentei encontrá-la, mas não
consegui achar.
Enquanto isso deixa a vida passar.
Aqui neste lugar.
Quando bate a saudade, olho para a
Lua,
A dor no peito que me faz uivar
Mas eu não sou lobisomem, nem crente, nem
ateu.
Quando uivo para a Lua é por que:
A saudade em mim bateu.
Francisco Gouveia
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