Dama paulistana
Eu
partilhava o meu salário, Como um grande otário,
Com
uma dama de requinte, que me cobrava cento e vinte.
Por
uns momentos de carinhos, depois do ato me deixava sozinho.
Lá
no Largo do Arroz.
Da
água Rasa partia para o Belém, muito bem!
Sorriso
nos lábios, alegria no peito.
Adeus
Dama! Até o mês que vem.
Foi
em uma dessas vezes que ela me segredou.
-
Estou cansada desta vida, ser mulher de todos não quero mais...
Quero
alguém que cuide de mim, rapaz!
Foi
neste momento que um maior desejo por ela floresceu,
-
Se quiser morar comigo te dou casa e abrigo, e serei só seu.
Se
fores só minha nunca mais ficarás sozinha,
E
o meu amor será todo teu.
Ela
respirou fundo me olhando nos olhos,
Estremeceu,
Abraçou-me
apertado com um beijo demorado,
Tamanha
felicidade nos olhos nunca eu vi,
Hoje
vivemos juntos e sinceramente outra mulher igual a ela nunca conheci.
Não
tenho reclamações, nunca por um só instante sofri,
Faço
tudo por ela e ela cuida bem de mim.
Aprendemos
que o amor é uma entrega total
Não
importa o tempo, o passado, bem ou o mal.
Francisco
Gouveia
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