quarta-feira, 4 de outubro de 2017




MEU EPITÁFIO

Quando eu morrer, no meu enterro
Quero pouco quase nada.
Um caixão de papelão de terceira,
Não precisa de floreira.
A camisa e a calça já estão guardadas.
Aquela camisa do meu time de futebol predileto,
E a calça que já está meio rasgada.

Não quero choro! Tristeza, e se quiserem podem
Falar palavras de baixo decoro, “Fock You”.
Fiz tudo que eu podia fazer,
Atirei no certo e acertei no incerto,
Quanto mais fugia do mal ele corria para perto.
Trabalhei a vida toda sem descanso,
Não tenho nada, sou peixe morto no remanso.

No amor não fui feliz, nunca em toda vida.
Todas as minhas paixões foram perdidas.
Vou para o tumulo vestido de ingratidão,
Quem eu mais eu amei desprezou meu coração.
Eu me culpo e não me desculpo,
A vida para podia ter sido melhor,
Se cuidasse menos dos outros e de ninguém tivesse dó.

Deus me perdoe por esta declaração,
Ao Criador também sou devedor.
O meu mal paguei aos poucos, em prestação.
Vou para o sono eterno talvez sem salvação.
Sem parentes, sem irmãos, sem amigos.
Castigo em profusão.
Quem é bom neste mundo não merece vela nem caixão.

        Francisco Gouveia
                03/10/2017

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