quarta-feira, 9 de novembro de 2016



LUNÁTICO

Lá em cima daquele monte, Quem uiva lá sou eu.
As pessoas mudam o caminho porque dizem,
Que lá em cima tem lobisomem de “monte”.

Mas eu não sou lobisomem, nem crente, nem ateu.
Quando uivo para a Lua é por que:
A saudade em mim bateu.

Sou eremita, vivo sozinho agarrado na solidão,
A vida foi tão ruim para mim,
Que nem mesmo tenho mais coração.

A minha alegria agora é uma moita de mato,
Ou bando de passarinhos.
Ando de pés descalços pelos caminhos cheios de  espinhos.

Minha vida ficou perdida em algum lugar.
Já tentei encontrá-la, mas não consegui achar.
Enquanto isso deixa a vida passar.
Aqui neste lugar.

Quando bate a saudade, olho para a Lua,
A dor no peito que me faz uivar
 Mas eu não sou lobisomem, nem crente, nem ateu.
Quando uivo para a Lua é por que:
A saudade em mim bateu.

                                                         Francisco Gouveia



Nenhum comentário:

Postar um comentário

                                       Crescimento Espiritual     "E contou-lhes ainda outra parábola: "O Reino dos céus é como o ...