terça-feira, 29 de novembro de 2016




Dama paulistana


Eu partilhava o meu salário, Como um grande otário,
Com uma dama de requinte, que me cobrava cento e vinte.
Por uns momentos de carinhos, depois do ato me deixava sozinho.
Lá no Largo do Arroz.
Da água Rasa partia para o Belém, muito bem!
Sorriso nos lábios, alegria no peito.
Adeus Dama! Até o mês que vem.

Foi em uma dessas vezes que ela me segredou.
- Estou cansada desta vida, ser mulher de todos não quero mais...
Quero alguém que cuide de mim, rapaz!
Foi neste momento que um maior desejo por ela floresceu,
- Se quiser morar comigo te dou casa e abrigo, e serei só seu.
Se fores só minha nunca mais ficarás sozinha,
E o meu amor será todo teu.

Ela respirou fundo me olhando nos olhos,
Estremeceu,
Abraçou-me apertado com um beijo demorado,
Tamanha felicidade nos olhos nunca eu vi,
Hoje vivemos juntos e sinceramente outra mulher igual a ela nunca conheci.
Não tenho reclamações, nunca por um só instante sofri,
Faço tudo por ela e ela cuida bem de mim.
Aprendemos que o amor é uma entrega total
Não importa o tempo, o passado, bem ou o mal.

                                                         Francisco Gouveia               




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