terça-feira, 23 de agosto de 2016




Lembra-se daquele tempo


Lembra daquele tempo, ainda não me esqueci,
O tempo da infância que eu vivi.
Vivendo ao teu lado, cabelo despenteado,
Bobo, sempre a sorrir.
Eu era tão feliz e não sabia, descobri quando cresci.

Corria pelos jardins, traquinava com as plantas da vovó,
Chorava de fingimento, para ganhar o carinho da mamãe,
Doces e guloseimas, brincadeiras sem fim.
Mas um dia cresci, tudo isso fugiu de mim.

Lembra daquelas flores que vovó plantava,
Cravo, rosas e jasmins, 
Que ela cuidava com tanto carinho,
Morreram, quando vovó morreu.
Mas vovó continua viva para mim. 

E depois foi papai e mamãe que partiram.
Fiquemos só, eu e você maninha.
Como as flores da vovó, que pela saudade se consumiram.
Mas você não está sozinha.

Você se lembra de mim maninha, acho que não!
Você se casou tem filhos para cuidar.
Um marido para zelar. Tantas preocupações, 
Um irmão perdido a vagar que vai se preocupar,

Lembra daquele tempo que havia flores no jardim,
 Cravos, rosas e jasmins,
Pois é, o tempo passou tão depressa, que se esqueceu de mim.


                             Francisco Gouveia



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