A R A R U T A

FIZ UM CERCADO AREI A TERRA E PLANTEI MUDAS DE ARARUTA.

MAS... A NOITE FOI TUDO DESTRUÍDO POR UM FILHA DA PUTA.

PISOU POR CIMA, REVIROU A TERRA, PURA MALDADE.

PENSEI QUE FOSSE UM BICHO, REVIRANDO TUDO, PROCURANDO LIXO.

MAS NÃO FOI, TINHA MARCA DE PÉ.

E NÃO ERA HOMEM ERA DE MULHER.

REFIZ TUDO, AREI NOVAMENTE A TERRA E ADUBEI.

FIZ CANTEIROS E AS MUDAS NOVAMENTE PLANTEI.

IMAGINANDO JÁ RALANDO AS RAÍZES E FAZENDO A FARINHA,

FAZENDO, BOLACHAS, BOLOS E BREVIDADES COMO FAZIA MINHA VOVOZINHA.

DE PRONTIDÃO FIQUEI JUNTO A PLANTAÇÃO.

PARA FLAGRAR O MALFEITOR, O LADRÃO.

E ASSIM FOI POR VÁRIOS DIAS ADIANTE, NADA ACONTECEU.

ATÉ QUE BAIXEI A GUARDA.

MAS NOVAMENTE TUDO FOI DESTRUÍDO, ATÉ AS MUDAS FORAM ROUBADAS.

RAIVA E AMARGURA, VONTADE DE COMETER UM CRIME.

COMO UM SUBLIME ATO.

REFIZ TUDO, AREI NOVAMENTE A TERRA E ADUBEI.

FIZ CANTEIROS E AS MUDAS NOVAMENTE PLANTEI.

AGORA COM MAIOR ZELO PARA CHAMAR A ATENÇÃO.

FIZ TAMBÉM UMA CASA-MATA RENTE A TERRA,

DEITADO IGUAL UMA MINHOCA NO CHÃO.

DE ESPINGARDA EM PUNHO, ASSIM UM TIRO NÃO SE ERRA.

CAI A NOITE DE ETERNA ESCURIDÃO,

LÁ VEM O SUSPEITO DE ENXADA NA MÃO.

TATEANDO PELAS SOMBRAS, PARA FAZER SUA MALÉFICA OBRA.

ENGATILHEI A ESPINGARDA, MIREI ENTREI OS OLHOS, ENTÃO FOI QUE VI

ERA A MALIGNA DA MINHA SOGRA.

                                                      Francisco Gouveia